domingo, 20 de fevereiro de 2011


Definitivo


Definitivo, como tudo o que é simples. 

Nossa dor não advém das coisas vividas, 

mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram. 



Sofremos por quê? Porque automaticamente esquecemos 

o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções 

irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado 
do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter 
tido junto e não tivemos,por todos os shows e livros e silêncios que 
gostaríamos de ter compartilhado, 
e não compartilhamos. 
Por todos os beijos cancelados, pela eternidade. 



Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas 

as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um 

amigo, para nadar, para namorar. 



Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os 

momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas 

angústias se ela estivesse interessada em nos compreender. 



Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada. 



Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo 

confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam, 

todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar. 



Por que sofremos tanto por amor

O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma 

pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez 
companhia por um tempo razoável,um tempo feliz. 



Como aliviar a dor do que não foi vivido? A resposta é simples como um 

verso: 
Se iludindo menos e vivendo mais!!! 

A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida 

está no amor que não damos, nas forças que não usamos, 
na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do 
sofrimento,perdemos também a felicidade. 



A dor é inevitável. 

O sofrimento é opcional...

                                                                               Carlos Drummond de Andrade



P.s. : Poema mais do que magnifico

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